quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O fim da teoria de leão


A crônica que nos brinda Luiz Fernando Veríssimo é mais um primor da sua sutileza e inteligência, ao falar das competições de maneira geral. Vale conferir a propósito das últimas Olimpíadas.

crônica

O fim da teoria do leão
Os números finais das Olimpíadas costumam provocar o que pode ser chamado de sociologia de resultados. Surgem teses sobre as causas sociais e políticas de triunfos e fracassos e a quantidade de medalhas ganhas passa a ser um medidor de virtudes nacionais. Mas, como toda sociologia instantânea, esta tem dificuldade em lidar com o que não é óbvio. É óbvio que ganham mais medalhas os países mais bem alimentados e ricos, que podem investir mais em esportes e preparação de atletas.
Se uma Cuba ganha medalhas em desproporção ao seu poderio econômico e à sua dieta alimentar, a explicação também é óbvia. Países socialistas tradicionalmente usam o esporte como propaganda, seu investimento desproporcional é na competição ideológica. Mas outras exceções ao óbvio desafiam as teses. E muitas vezes levam a fantasias, como a teoria do leão.
Sociólogos de ocasião desenvolveram a tese de que o sucesso de atletas africanos em corridas de fundo devia-se ao fato de terem se criado num ambiente em que poder fugir do leão era condição para a sobrevivência. Uma condição que se sobrepunha a todas as outras. O leão predador, claro, quando não era um leão de verdade, era uma metáfora para todos os perigos da floresta que obrigavam as pessoas a terem pernas ligeiras, e agilidade para não morrer.
Havia vestígios da teoria do leão na velha idéia de que a ascendência africana explicava a habilidade dos brasileiros para o futebol, que ninguém no mundo igualava. Qualquer jogada do Pelé teria, entre os seus antecedentes remotos, um meneio para escapar do leão.
A teoria do leão, que é uma teoria sobre a inevitabilidade, pois diz que um certo tipo de ambiente só pode produzir um certo tipo de atleta, sofreu um duro golpe quando apareceu, numa Olimpíada de inverno, aquela equipe de trenó — da Jamaica! A importância do leão na vocação para o futebol é desmentida cada vez que se vê um Messi fazer em campo o que se esperava que o Ronaldinho fizesse. E se ainda fosse preciso um dado para mostrar como a teoria do leão é furada, basta lembrar que o país que tem a maior costa contínua e algumas das piores estradas do mundo produz mais campeões de automobilismo do que de natação.
Não fomos tão mal assim nas Olimpíadas. Nos casos em que poderíamos ter ido melhor, perdemos para o nosso emocionalismo. E ganhamos de todos nas categorias choro convulsivo e lamentação em equipe. No fim — esta é a minha teoria — os Jogos Olímpicos são entre os de sangue quente e os de sangue frio. Os de sangue frio ganham sempre, mas os de sangue quente são muito mais simpáticos. (Fonte: Blog do Noblat - 28.08.08)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Verdadeira maratona!

O trânsito do nosso Recife continua cada vez mais caótico e estressante, em todos os níveis. Enchurradas de bicicletas, de motos, pedestres, trombadinhas, flanelinhas, carros e carroças. Lembra os antigos documentários que assistia quando criança sobre a Índia e a cidade de Bombaim, onde atravessar uma rua era uma aventura sem fim. Pois bem, aquela situação agora se reflete por aqui também em pleno século XXI. Na Cidade Universitária, onde trabalho e obrigatoriamente transito diariamente, vivo uma situação que pode ser considerada um verdadeira maratona psiquiátrica e cardiológica. Passar debaixo da passarela que liga o Edifício da Sudene e o Hospital das Clínicas já é uma situação de risco, semelhante a um passeio a noite pela Faixa de Gaza. A passarela, condenada pelas autoridades competentes, espera tranquilamente o dia e a hora de cair em cima dos carros que ali transitam a cada minuto. Situação agravada nos últimos meses pela faixa de pedestre que pintaram na pista, gerando engarrafamentos quilométricos e frequentemente assaltos. Para piorar, soube que a Fade( Fundação ligada a UFPE) está passando por auditoria do Ministério Público e que ela era a responsável pela manutenção da passarela. Ora, se é verdadeira esta situação, quem assumirá a responsabilidade pelos enormes transtornos que estão enfrentando transeuntes e veículos? É lamentável que as centenas de pessoas, muitas vindo de outras cidades do interior para consultas ao HC coloquem suas vidas em risco, poque não tem o direito de usar com segurança uma passarela. Outro dia sai do trabalho no meio da tarde para uma consulta na Madalena, e foi um verdadeiro teste cardiológico, sai da Cidade Universitária, seguindo pela Caxangá, Benfica, Praça do Internacional e Madalena. Até chegar ao destino, foi um verdadeiro feito digno de grandes atletas olímpicos. Nem o Phelbs teria coragem de arriscar este trânsito com a sua competência de grande atleta . Cheguei com o coração pulsando e olha que não precisei nem consultar cardiologista!

domingo, 17 de agosto de 2008

Corrida contra o tempo

Observando as Olimpíadas de Pequim, com estes super atletas, cada vez mais velozes, quebrando recordes a cada instante, me lembrei de outra geração, a minha, que já passou dos 50. E agora? Também podemos ser velozes, sem representar perigos a nossa saúde? Uma das respostas encontrei nesta matéria que transcrevo abaixo e que certamente derrubará mitos sobre exercícios e corridas na nossa faixa etária. Eu? bem... por enquanto continuarei com as caminhadas no Sítio da Trindade, sem pressa, como diria Dorival Caymmi, cujo único esforço ao longo dos seus 94 anos, foi armar uma rede, cantar, compor, amar e ver o mar ! Nossa homenagem a ele, o Velho Lobo do Mar.
"A medicina derruba a noção de que se deve diminuir o ritmo dos exercícios depois dos 50 anos. Correr com intensidade é parte da receita para uma velhice com qualidade de vida
O aumento da longevidade é um fenômeno mundial que impõe uma série de desafios, como melhorar a qualidade de vida durante a velhice. Um grupo de médicos da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, acaba de dar uma colaboração nesse sentido. Na semana passada, eles divulgaram uma pesquisa elaborada ao longo de duas décadas que aponta a corrida como um ótimo aliado para retardar as conseqüências nefastas do envelhecimento. Os pesquisadores investigaram ainda se os riscos de lesões musculares e nas articulações, comuns entre corredores, representam uma ameaça aos benefícios que o exercício pode oferecer a quem tem idade avançada. A probabilidade de lesões no grupo de corredores, mostra a pesquisa, é compatível com a de pessoas que não correm. "Um dos maiores entraves à prática de corrida por pessoas mais velhas é a crença equivocada de que esse exercício é desgastante demais para o organismo de quem já passou da faixa dos 50 anos", disse a VEJA o médico americano James Fries, especializado em doenças reumáticas e envelhecimento, um dos autores do estudo. De acordo com a pesquisa, pessoas acima de 50 anos que praticam corrida regularmente vivem mais e desfrutam uma qualidade de vida melhor na velhice (veja o quadro). Segundo os pesquisadores, tais benefícios valem também para outros exercícios aeróbicos vigorosos, como pedalar e caminhar em ritmo acelerado, principalmente quando se provoca o suor e o coração trabalha perto de 85% de sua freqüência cardíaca máxima.
Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores americanos acompanharam 961 pessoas que tinham entre 50 e 72 anos de idade no início do estudo, em 1984. Os participantes foram divididos em dois grupos. Um deles era formado por pessoas que corriam, em média, quatro horas por semana – tempo que encolheu para 76 minutos semanais no final da pesquisa. O outro grupo era composto de sedentários ou praticantes de atividades físicas leves ou moderadas. Ao longo das duas décadas seguintes, com o aumento da idade dos participantes, ambos os grupos registraram um acréscimo nos índices de fragilidade física para o desempenho de tarefas cotidianas. Entre aqueles que praticavam corrida, a incapacitação apareceu, em média, dezesseis anos mais tarde. As taxas de mortalidade relacionadas a algumas das principais causas de óbito entre idosos, como distúrbios cardiovasculares e neurológicos, câncer e infecções, também foram maiores entre os não-corredores.
Lailson Santos
A questão que aflige muitos corredores tardios é a quantidade de exercícios para não incorrer em exageros. Responde o médico James Fries, de Stanford: "Se a pessoa não tiver dores, não existe um limite máximo. A maioria dos benefícios é obtida com três horas semanais de corrida, distribuídas em meia hora diária, seis dias por semana". Correr melhora a capacidade cardiorrespiratória. Além disso, o impacto dos pés contra o solo ajuda a fixar o cálcio nos ossos e, dessa forma, é um bom auxiliar na prevenção da osteo-porose. A doença, que deixa os ossos fracos e quebradiços, atinge 200 milhões de pessoas no mundo, 10 milhões delas no Brasil. Recomenda-se associar corrida a exercícios de força e alongamento, para fortalecer a musculatura e diminuir os riscos de lesão". (Fonte:VEJA Edição 2074 20.08.2008)

John Lennon In Memorian

John Lennon In Memorian

Lisa Uno.

A Canção da semana

(from her tribute to Carlos Antonio Jobim). A mais legítima sucessora de Nara Leão mora no Japão. Sou fã de Lisa Ono. Lisa transforma até hula-hula em bossa nova. Ela é afinadíssima. Confiram!

Choro Bandido - Tom Jobim, Chico Buarque e Edu Lobo

Simone e Pablo Milanés - Yolanda (1992)

A Canção da Semana

Em um dos mais difíceis momentos da vida de CAETANO VELOSO - o seu exílio em Londres - ele compôs a sua mais linda canção: LONDON, LONDON ! "O imigrante, entediado, solitário e deslocado de sua realidade, procura no céu alguma resposta ao conflito que sente, como se fosse um alienígena perdido em um planeta estranho, que procura alguma maneira de voltar para casa. Um náufrago numa ilha, que procura navios no mar o dia todo." (comentário no Youtube). O álbum de 1971, "CAETANO VELOSO" também conhecido como "London, London", é o seu terceiro álbum solo. Composto durante o exílio político em Londres, reflete essa experiência numa toada melancólica, nos antípodas do fulgor dos seus álbuns anteriores. A maioria das canções são cantadas em inglês. (Fonte:luisnassif)

Elton John , Dionne Warwick , Stevie Wonder & Gladys Knight - that's what friends are for

O maior Karaokê do mundo

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